Os homens sempre acompanharam as mulheres nas constantes deslocações na ocupação do mundo, da mesma forma aconteceu em Cabo Verde, desde que o primeiro navio permaneceu nos portos da cidade velha até se dar a existência do badiu e sanpadjudu.
Em semelhante caso com a existência do Adão e Eva ao dominar a terra, em muitas diferenças, é que as mulheres cabo-verdianas nasceram com o pecado de serem extremamente escultural, lindas e pecadoras e alisam cabelos com ferro quente.
Nasceram através dos homens roubados e de homens que trouxeram a boa nova igual à imagem de Cristo. Assim a boa nova desta terra, foi ter aparecido os mulatos, vadios e sanpadjudos para a continuação da religião de jesus.
no dia 27 de março teríamos o dia dos homens e em contramão seriam as mulheres aquela que é reprodutora e não tinham nenhuma responsabilidade perante o parceiro porque era só uma peça. A escrava. No entanto, aconteceu tudo ao contrário, pois, desde muito cedo a mulher cabo-verdiana foi vista como um ser mãe e figura paterna da casa, o que ainda hoje acontece.
Essa responsabilidade ainda cai sobre as mulheres porque aceitam além de ser mãe também são pais, reproduzia e não tinha a ligação duradoura com o pai ou aquele reprodutor que só servia para garantir a peça, ou a rentabilidade do produto que era muitas vezes o homem branco que tinha adquirido na consta da África.
Sem poder de reclamarem sobre a sua nova condição e na condição de escrava só lhe cabia, trabalhar, servir e criar o filho e ainda ser peça de comércio, sem deixar de educar aquele que poderia continuar a ser o seu filho se não for vendido, ou se for a filha, se não for enviada à casa grande para servir a senhora branca ou mais tarde servir o seu próprio pai, ou irmão Branco e, assim ter o seu filho que será duplamente o seu sangue por imposição e pela preocupação da condição de escrava e objeto.
Com a mistura de sangue entre esses dois povos se deu a curto e longo prazo a origem daqueles que seriam livres, pessoas honradas da terra de acordo com os valores da época. Homens com os vícios e com a educação do seu progenitor europeu e com corte total dos laços africanos tanto pela ladinização e pala imposição que veio desde a chegada do seu antepassado. A ideia que fica sobre negro aqui é de que ser só um antepassado nosso sem ligação de pelo menos ir passar férias e a procura de raízes, em uso recorrente e ir à terra do dominador o ex-colonizador ou o europeu, tem falhado a valorização da questão da negritude e África nas escolas.
Os traços violentos e ideológicos foram bem interiorizadas pelo homem branco que apresenta pela voz e palavra do seu deus cristão e como salvador sendo eles a imagem de Cristo de cor branca e cabelos longos e finos. Por longos quinhentos anos tem sido isso, tem sido feito a prática de forma clara e de outras formas dissimuladas de que se sentir bela e ter cabelos finos, longos, talvez alisar cabelos com ferro quente e vaselina veio dessa prática, mesmo assim as mulheres cabo-verdianas mantiveram os seus traços e identidade com mistura.
A mulher cabo-verdiana tem traços africanos evidentes e óbvios pela pele e formas, variam pela beleza conforme a chegada em cada ilha e pela forma de ocupação das pessoas.
A história nos mostrou que na ilha do fogo tem menos mulheres negras do que na ilha de Santiago, em São Vicente tem mais mulheres mulatas e brancas, em Santiago tem místicos, negras e brancas, por ser uma ilha mãe e geradora da ocupação humana da outras ilhas pela migração.
Na colonização a escravatura provocou a imigração forçada e na época livre aconteceu devido a fenómenos naturais como a seca e a fome, quem ficava sempre foram as mulheres.
Em tudo isso, as mulheres cabo-verdianas deveriam ser vistas como símbolo de inspiração e resistência iguais às outras mulheres no mundo inteiro que tem por um dia, o dia 8 de março que simboliza muitas vitórias das mulheres como exemplo as lutas pela igualdade no trabalho, direito ao voto, liberdade sexual. A data de 27 de março chegou carregando a força e os esforços de mulheres negras escravas que aportaram com correntes nos pés e revolta encravadas na garganta, depois gritaram por sofrerem estupro, abuso e chicotes, essa data deveria ser uma data para inspirar o mundo e não reservado somente ao país em constantes comemorações em nome da mulher, que em alguns momentos transmitem uma imagem de que as cabo-verdianas são frágeis e que devem sempre ser mimadas e protegidas.
Ora, uma mulher precisa ser livre, com condições de mostrar as suas capacidades de singrar igual aos homens e não confraternizar em datas quase fúteis e vítimas de poesias chulas.
Mulher quando esta realizada e, se for bem usada as suas capacidades o país fica positivamente em vantagem, tendo em conta que os homens se calam diante de uma mulher que é altamente capaz, uma mulher plena, livre batalhadora, não precisa de dizer e mostrar aos homens, ela sente o que é capaz pelo susto do próprio homem.
Em Cabo Verde as mulheres têm sido muitas vezes melhores que os homens e como prova disso os homens têm respondido com violência e incapacidade de se responder com dialogo para a pacificação do lar, assim qualquer um pode concluir que é sempre difícil conviver com quem acabamos de descobrir que é melhor que tu, eu, nós, neste caso pode ser o seu homem, marido ou colega.
As mulheres precisam de ser defendidas para poderem libertar os homens. Quando um homem não é livre ele procura mostrar que é preso, pouco dado à luz da vida, e responde pela violência quando as coisas não saem bem.
O feminicídio nos últimos anos em Cabo Verde passou a ser notícia. Os sucessivos governos em Cabo Verde tem apostado na promoção da mulher durante anos e culminou nesses últimos anos com a consolidação da ISIEG que tem feito o seu papel, mas, que não consegue fazer tudo. Se por um lado têm trabalhado na prevenção ligada a questão de igualdade de género e luta pela participação das mulheres nos lugares de destaque na governação do país, também, tem sentido dificuldade em driblar costumes enraizados na sociedade como abandono do lar pelos homens que não assumem responsabilidade, a mulher que destrói a sua autoestima ao sucumbir ao homem e sofre todos os tipos de humilhação.
A questão religiosa também interfere. Tem vários casos em que a mulher mantém a relação de somente para inspirar o casamento dos outros casais mesmo sofrendo violência constante, questão de monogamia no seio das mulheres de marido muçulmano, só alguns exemplos.
Os costumes em relação à forma de estar das mulheres cabo-verdianas tem mudado desde que deram conta de que guardar a virgindade não tem que ser uma obrigação para a sua família ser bem vista na sociedade, como disse o Baumam, tudo virou liquido no mundo, incluindo ser mulher no sec. XXI, assim fica a ideia clara, que desde o aparecimento do primeiro caso de gravidez precoce de um amenina com 13 anos em Cabo Verde que chocou o país no início dos anos 90 e provocou espanto nas mulheres e mocinhas que hoje estão adultas mães de jovens meninas, elas colocaram a virgindade em ameaça.
Naquela época o espanto pelo caso foi tanto como se aquilo fosse a primeira vez que uma mulher se tinha engravidado na menoridade em cabo Verde, essa ignorância tem sido o pai nosso de cada dia que também tem sido a preocupação das autoridades e um dos caminhos encontrado foi o empoderamento das mulheres com várias atividades sociais, culturais e económicas para se autossustentarem.
Se agora temos a maioria dos estudantes do sexo feminino é sinal de que houve um trabalho imenso para a valorização da mulher e da família, sem tirar o mérito dos políticos que constantemente tem dado sinais de que têm pouco respeito pelas mulheres, temos como exemplo ainda fresco a declaração de um deputado que acusou o então primeiro-ministro de trocar de mulheres como calcinhas, bem ou mal tivemos um primeiro-ministro solteiro e mulherengo e de certa forma foi a representação da masculinidade do homem macho alfa, ele que aprovou lei para serem cumpridas pela sociedade inclusive na educação com a criação da disciplina introdução a cidadania que no parlamento têm praticada com uma duvidosa ética.
Hoje temos mulheres liderando grandes instituições no país, inclusive, temos uma mulher líder da oposição, se isso constitui um ganho, também serve para perguntarmos, o que é que a mulher cabo-verdiana tem feito para se sentir e ser mulher? Vestir saias e calças? Passar um batom? Sucumbir ao marido, pai, tio e irmão? Estudar e deixar a formação de família para mais tarde? Tem trabalhado para mostrar que também sabe fazer coisas iguais ou mais do que os homens? Tem sido uma boa mãe, pai e filha? Tem sido a mulher cordial, simpática, agressora? Tudo isso sem sombra de dúvida tem sido feito pelas mulheres cabo-verdianas inclusive fazer revolta, tomando como caso de a revolta de Rubom Manel. Segundo Simone de Beauvoir, “não se nasce mulher, torna-se Mulher”.
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