1
na cozinha tudo pode se
misturar e, com cores.
a vida é uma cozinha cheia de estações.
evite o errado e o que se salga em excesso.
qual é o prato que melhor cozinhas?
— o amor! de resto, são chouriços. só chouriços.
a vida é uma cozinha cheia de estações.
evite o errado e o que se salga em excesso.
qual é o prato que melhor cozinhas?
— o amor! de resto, são chouriços. só chouriços.
2
menina.
se pudesse arrancar o coração, juro que arrancava e limpava tudo o que não
fosse prestativo. mas, não posso e, recuso-me terminantemente de arranca-lo. a
saudade anda a pisar nela. o alongamento do tempo tem-me andado pela coluna
vertebral até o coração, ando de manha nos autocarros velhos da cidade, nelas
estão escritas as nossas histórias do tempo de ciclo preparatório, e as
travessuras que se arrebentava na boca do choufer. adquiri o
vício de alongar a cara nas horas de ponta nos vitrais e, nada de ti, nem
perfumes semelhantes, nem andadas salientes daquela época do liceu. tenho de
dizer-te. as minhas mãos no escuro só tem encontrado o vazio num cartaz teu
desfigurado na parede, apesar de um permanente medo desaparecer no meu
coração e cabeça. fica sempre aquela confusão de que alguém que entra la
a frente era você. mas, nada, nada de te. tenho sentido isso. saudades e o
tempo que passa, agora estão a dormir nos meus cabelos que gradualmente se
envelhecem e a minha pela que conta a nossa história em cada curva e
carnadura.
tenho encorajado todas as ternuras e alentos, e a imagem de ti. quero que pisem em mim. é a única forma que encontrei de continuar a sentir saudades, distância e outras coisas como o amor enquanto passa o velho autocarro com a nossa velha história dizendo nada de ti.
tenho encorajado todas as ternuras e alentos, e a imagem de ti. quero que pisem em mim. é a única forma que encontrei de continuar a sentir saudades, distância e outras coisas como o amor enquanto passa o velho autocarro com a nossa velha história dizendo nada de ti.
3
o que é que melhor sabes cozinhar?
— o amor, somente o amor. de resto, são chouriços, chouriços.
— o amor, somente o amor. de resto, são chouriços, chouriços.
4
se
existe a justificação das coisas, o porquê da fome, a tão necessária agua que
confronta a sede, não que tu sejas pão, que sejas deus, sendo tu menina, tu
deusa. só deusa de invocação. de fome e sede. mais ainda é sede que não se
acaba quando a tua voz não precisa de motivo para deixar a saudade.
5
eu
amo-te sem sentido nenhum, na impetuosidade que se exprime no mais
profundo manifesto da saudade. tenho que te dizer, eu amo-te, só
isso, eu amo-te. só não confundas com amor, só isso, eu amo-te.
6
pois, digo-te a minha mais perfeita e
bela rima, tu és a mais bela parte da cidade da praia escrita nas
tardes de crepúsculos de péssima laia em bagos. a rua
pedonal exposta até o fim da rua da felicidade, esta calcetada no
teu nome e, as pessoas que nela pisam desejam a tua
luz, pedaços de nós e todas as lutas no contrabando de se chegar a
ser a mais bela ilha e cidade a noite bem iluminada.
7
dói-me
a cabeça. as tantas da noite, a própria madrugada tem sentido tal dor e, as
vezes ela é o teu próprio nome. tem chorado agarrado às ondas da praia mais
perto, e às ondas falam frustrações falam no seu amor e distância, quando é
assim, também dói-me o pensamento e o coração. a cabeça e
o coração tem-me feito aquilo, reagir quando escrevo no seu nome.
8
menina
tu não fazes a ideia de quanto eu te quero, andar de mãos dadas contigo. sentir
ciúmes do condutor de autocarro que nem sabe de dias das tuas cólicas. ti
irritar por ter lavado mal os pratos, limpar as lágrimas porque sorriu além da
conta. menina, eu quero me habituar às tuas chatices, raivas, nudez nos rostos dos nossos filhos. ainda mais, quero-te
sem te querer longe das minhas mãos e braços ao longo dos anos por vir.
9
para
ser nada tem que se saber de tudo. um homem tem que desejar ser nada ao lado de
uma mulher, de uma grande mulher. o desejo de ser nada pertence a quem sabe de
tudo o que é necessário para se ter uma grande mulher. não seja perfeito, seja
só nada.
10
olha, temos tudo pela frente. a vida, os pés,
as mãos, os lábios, e a própria tesão que também só terá sentido se for para
frente.
11
saudade é uma chateação,
chantagem em viagem na razão, meio ferida e quase cicatrizes por sarar no
interior e corredor da distância.
12
todas
as luzes entram em combinação na tua presença, miram-te a máquina e lentes que
calculam a tua imagem para além de um clique. o resto da cidade tem dado
chilique na presença da tua imagem. esses iphone jamais passarão fome. tu
alimenta-o. basta o teu riso, menina, que os prédios mudos, jamais passarão a
chamar-te em silêncio enquanto dorme a cidade na tua foto.
13
foste
a andar sem saber que as pedras não falam, foste a andar sem ouvir a pergunta
dos ventos, a cara grossa da graciosa. em silêncio a pedra-te
chamava rosa e o vento dava-te cravo e a felicidade, para o
desespero de ulisses.
14
“não
há nada mais poderoso, assustador e fingidor do que o vermelho morto na boca de
uma mulher. mas é necessário para o stress do canto e desencanto do
homem”
15
olha
o dia que rompe a tua volta. e as noites desistem de fechar a boca e
os olhos.
é que tu andas em cima da terra. ainda que os seus olhos miram o sol, e tu sorrias como se as ondas cavalgassem nos teus cabelos que corre no vento. olha atrás de ti, todas as terras do mundo morre de amor por ti, menina, se aparecerem nas festas dos astros. a tua presença cobrirá o sol. aí sim! é o golpe da terra em todo universo em seu nome.
é que tu andas em cima da terra. ainda que os seus olhos miram o sol, e tu sorrias como se as ondas cavalgassem nos teus cabelos que corre no vento. olha atrás de ti, todas as terras do mundo morre de amor por ti, menina, se aparecerem nas festas dos astros. a tua presença cobrirá o sol. aí sim! é o golpe da terra em todo universo em seu nome.
16
não ame só por amar. ame
porque o amor também faz anos.
17
minina
bu ta ratxa grasa sima ki manhan kata maxi, dios propi ora ki obi bu grasa é ta
skeci di si obrigason. é un kunpitison disigual ku deus. bu grasa ta nkanta di
deus ta salva mas inda di bu ta kunfundi tudu deusis i sis propi dimoniu.
18
o tempo.
quem fixa o tempo até chegar a pessoa genuína?
quem há-de reconhecer que a felicidade é perpétua até que a alma
se destabiliza por algum vulto que esta, atras daquela porta
ou sentado na mesa de um bar, ou escrito num livro que combinamos!
a procura de outra alma que vive de intensidade?
quantas vezes o tempo estava presente no meu tempo
e eu ti, vi, perto de mim numa emancipação que dá medo
lembro-me de mulheres que viveram antes do tempo,
creio que a minha alma ficou presa la em alguma varanda
e detalhes escritos no balcão do pensamento,
no tempo que não existia nenhuma palavra que ti, prendesse a mim,
nem um eu ti amo.
no tempo que me encontro,
há um vulcão que queima em
mim,
um medo banal como algum
amor que morre nos dentes
só de ti, ver. no nosso tempo e loucura.
escrevo-te em poesia e raiva do teu silêncio,
vem um medo que paira no tempo.
não quererei descobrir
que teremos sempre essa mania de estimarmos uns aos outros.
só de ti, ver. no nosso tempo e loucura.
escrevo-te em poesia e raiva do teu silêncio,
vem um medo que paira no tempo.
não quererei descobrir
que teremos sempre essa mania de estimarmos uns aos outros.
19
quando
eu chegar a tua frente, não te aproximes tanto. abra os olhos somente para
dizer estou aqui. naquele momento aquela pequeníssima distância já não terá o
oceano e nem tombamento das ondas antigas que tanto cavalgou la pelas bandas
dos olhos. mas espera aí. há um redemoinho de fogo que tem aquecido alguma
saudade, com alguma vaidade, sim, alguma liberdade. é nesse instante, nesse
pequeno espaço que enfrento vitupérios e só te abraçarei apertado para não
fugires pela força de oceano, ventos de saudade ou terra sem massapé em troca
por escoriações de alcatrão. será tão duradouro o beijo, será tão especial o
teu braço, como se o mundo estancasse entre mim e te. tu que não tenho
compreendido o mundo, talvez no lugar do mundo permaneceste intacta. direi-te
que esperei tanto por te esquivando o soco de nostalgias que cada dia vinha com
uma cara. frequentes dores no peito, frequentes flores que rimam no teu nome.
frequentes canções que chamavam em vários nomes e procurava e nada de ti. a
essa distância, desgarrarei tudo o que prende-me te. mas perdoarei-te. juro que
a dor continuara em silêncio.
20
ative o bate-papo
oi, este ai?
sou eu, eu que tinha o jeito todo torto,
de dizer o amor… de falar o amor… de salvar o amor.
esta, ai… fala comigo! estou no facebook, já cansei de ser seu amigo.
já cansei de rolar o seu perfil pelo resto do dia e das nossas vidas.
sou eu, que estou na foto do meu perfil, mudei.
mudei tanto. é que o tempo tem-me comido, sem permissão.
as vezes, eu mesmo espanto. ando tão estagnado e calado feito santo.
por isso estou ti, pedindo, virei o santo que querias,
teclo letras e dificilmente digo as palavras, a não ser o silêncio.
já sou outra pessoa! é a única esperança que em ti, poço merecer-te e um dia desmerecer-te.
sim! já passou tantos anos que te vejo na minha juventude
que já é passado, e a tua imagem o meu conforto!
sou eu, aquele que tinha jeito torto de dizer-te coisas.
te dizia louca, em palavras que saia a toa.
te dizia, bruxa, olhar de cruxa.
certamente perdeu o sono na minha ausência, lucro de uma afinidade de carência.
te dizia, chata, aceitando palavras que rasgaram o coração.
tive medo, de perder o que estava dentro de mim.
era um orgulho besta de perder o homem rude por dentro.
ainda que permanecesse com as calças e vitoria no coração.
dentro de mim dizia-lhe, dominadora! nunca aceitas flores que desflorescem.
no meu jeito torto. no meu jeito orgulhoso. dizia-te eu amo-te.
não escutavas, nunca aprendeste a voz do meu silêncio. é o meu perfil em silêncio.
fale comigo, ativa o seu bate-papo, sou eu o gajo de jeito torto e de tempo antigo.
o amor é peleja, é guerra e paz, renuncio ao conforto.
por ti, eu quero a guerra com amor, se assim é ti, recuperar, sairei para esse confronto.
oi, este ai?
sou eu, eu que tinha o jeito todo torto,
de dizer o amor… de falar o amor… de salvar o amor.
esta, ai… fala comigo! estou no facebook, já cansei de ser seu amigo.
já cansei de rolar o seu perfil pelo resto do dia e das nossas vidas.
sou eu, que estou na foto do meu perfil, mudei.
mudei tanto. é que o tempo tem-me comido, sem permissão.
as vezes, eu mesmo espanto. ando tão estagnado e calado feito santo.
por isso estou ti, pedindo, virei o santo que querias,
teclo letras e dificilmente digo as palavras, a não ser o silêncio.
já sou outra pessoa! é a única esperança que em ti, poço merecer-te e um dia desmerecer-te.
sim! já passou tantos anos que te vejo na minha juventude
que já é passado, e a tua imagem o meu conforto!
sou eu, aquele que tinha jeito torto de dizer-te coisas.
te dizia louca, em palavras que saia a toa.
te dizia, bruxa, olhar de cruxa.
certamente perdeu o sono na minha ausência, lucro de uma afinidade de carência.
te dizia, chata, aceitando palavras que rasgaram o coração.
tive medo, de perder o que estava dentro de mim.
era um orgulho besta de perder o homem rude por dentro.
ainda que permanecesse com as calças e vitoria no coração.
dentro de mim dizia-lhe, dominadora! nunca aceitas flores que desflorescem.
no meu jeito torto. no meu jeito orgulhoso. dizia-te eu amo-te.
não escutavas, nunca aprendeste a voz do meu silêncio. é o meu perfil em silêncio.
fale comigo, ativa o seu bate-papo, sou eu o gajo de jeito torto e de tempo antigo.
o amor é peleja, é guerra e paz, renuncio ao conforto.
por ti, eu quero a guerra com amor, se assim é ti, recuperar, sairei para esse confronto.
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