A largos anos ouvia pela primeira
vez a palavra tão poderosa, não que homem que andava com as mãos atrás das
costas fosse um romano quase imperador. Apesar, do nome césar soar com alguma
semelhança do poder. Foi no tempo que comer bolachas era mesmo um luxo difícil
e, ele tinha em demasia. No nome. Há muitas memórias de gentes de Tarrafal de
Nhu Césario Bolacha. Podia dar de comer a todas as pessoas, basta que faltem
fermento nos nomes. Sem trigo, só com pronomes, substantivos e ativos marítimos
quase moluscos de poesia, meio palavras soadas, obesas pelo tempo que se descia
coices pelos sovacos dos homens e, pela calada da noite abríamos a soleira da
porta para abrigarmos no fingimento da noite em baitas rezas de orações, com
gramáticas. cesariamente bolachanas. Muitas vezes carregada de autoridade.
Se por acaso alguém é da década
de oitenta e tem gastado os pés pelas praias de tarrafal, certamente sabe a que
palavra me dirijo. O senhor em questão era um polícia marítimo. Na maioria das
vezes julgava que fosse uma pessoa mais importante porque era preto e no centro
da cidade só tinham brancos e ele deixava-me vir um pouco mais a baixo para ver
o mar que depois fiquei a saber que não era nosso, só do “mister” presidente.
Neste jogo de ser importante ele era, depois dos pescadores, já que quem sai de
casa de madrugada sem ter certeza de regressar ao seio da família, tem que ser
importante, mas, policial marítimo na minha infância parecia-me só coisa
grande, mais fascinante que os outros polícias sem farda que disparam contra o
mundo colocando a arma na mão das criancinhas, talvez, porque o senhor que
envergava a farda sempre foi pescador de outras causas, como a ordem e o
cumprimento da lei, naquele tempo, restos de peixes eram finezas deitadas fora
e, engrandecia a fartura por ser uma época de possibilidades e de escolhas.
Tarrafal era só uma concha funda, para quem vinha de fora desprender o descanso
ou desapertar a saudade do pescoço até o coração.
Ainda que este homem, desde
pousada observava o farol a encara-lo, ainda mais que os seus próprios olhos em
ação e confrontação, por vezes sarado, versado em poderes inspirados no homem a
frente de nós, que tem sido chamado de monte, Graciosa, com alguma jurisdição
que se perdia, se entendia e sentia pelas pontas das sombras do coqueiro, se
aplicava para além dos txitxaro ou garoupa com dentes afiados e, falam coisas
dos homens.
Naquele tempo, havia homens
tubarões pequenos, com Barrigas agudas pescadas pelas velhas idades e, as
palavras eram só ferramentas de risos e desprendimento de algum Damaja que se
confunde com Tarrafal. O nome césar é imponente e autoritária.
Policia marítima, nhu césario e
as suas variações entre os nomes e a imagem do homem que me mexe o silêncio
quando caminhava pela rua do babuíno nome, ruas de mangue baxu e o brio das
gentes meio pretas que as vezes ganham o vício de serem brancas o, próprio
homem é um preto da terra com certo orgulha desmedido e observando certos
comportamentos e desvios de identidade, ele dava concelhos e dicas sobre a
forma de se ser um césar da vida, se possível com bolachas.
Só me lembro destas imagens e
algumas brincadeiras na oficina do filho dele que já esquece o nome e a cara,
talvez ainda me lembro da menina de nome Txuna que insiste em acordar nos meus
passados e cada vez, menos recente.
É tempo de uma geração que
prepara para entrar na casa dos quarenta de forma lenta e quase negada. Aqui só
fazemos idade depois espantarmos com uns números feios nos nossos corpos que
não combina com riqueza ou trabalho que realizamos. A não ser o trabalho. Só
trabalho. Se tivermos a obrigação de ver para trás para dizer se valeu a pena
fazer anos. Idades é para ricos e policiais se reformarem obesos, homens com
poder nos nomes com certas autoridades tipo, circunferência das bolachas.
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