Halloween party ideas 2015

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Enquanto sentia uma preguiça que lhe assombrava a espinha, desejava ter uma pessoa para lhe fazer um pouco de tudo enquanto passava o tempo. O mundo podia acabar, mas ela queria estar ali sentada assistindo a telenovela alugada no vídeo clube mais antigo da cidade. Preferia o antigo vídeo clube porque tem coisas antigas como as cassetes de vídeo cassete, achava que usar um pendrive era coisa moderna demais e tirava um certo classe nas coisas, para ela se o pendrive leva tudo porque tem capacidade em varias dimensões, deveria também ter um espaço para guardar a saudade, momentos inesquecíveis, um jantar saboroso que vamos apanhar de vez em quanto, lugar de guardar dinheiro em vez de ir ao banco, era só colocar num portátil ou lago que o valha para o efeito desejado, dessa forma ela justifica a opção pela modesta Kodak, ela sentia um toque clássico e romântico.
Um metro e sessenta, vinte e cinco anos, com um corpo ainda cru, que se podia sentir com os olhos, já que os seios estavam sempre num estado de alta intensidade provocatória na blusa, os lábios permaneciam sempre carnudos, mesmo quando comia bife mais gostoso na hora de jantar, passa batão de dez em dez minutos olhando no espelho, as vezes passava um pouco de pó de arroz e voltava para seu sofá embrulhando no seu pensamento mal comportados cheio de erotismo. Uma cassete nova um novo capitulo da telenovela da brega e chique, de certa forma se sentia mais chique em requinte.
A campainha tocou, sentada e dona da preguiça que em cada toque de campainha lhe aumentava o desgosto de levantar da poltrona, desejou que o seu cachorrinho fosse gente para abrir aquela porta a três passos de sofá onde se encontra sentada.
-Mas, quem ousa vir à casa das pessoas nesta hora. Disse para si mesma com incómodo e preguiça misturada por ter que levantar.
Levantou e dirigiu para a porta. Abrindo a porta, atinou com um homem negro de pele fina e de olhos verdes, cabelos loiros, estava vestido de um fato branco, esticado e combinado com uma etiqueta que não se vê na vida real a não ser nas telenovelas e no primeiro mundo via televisão. quando um preto atinge a totalidade da elegância nenhum branco resta para contar a história.
-Boa tarde digníssima Lady.
 Ela ficou atónita, assustada representada nos olhos do homem, beleza do homem na porta tem nome e se chama tristeza, e esta cheio de anormalidade, aquele ser humano que ela nunca viu na vida. pelo olhar da mulher ficou hesitando alguma que quer dizer e matuta com ela mesma.
- mas porquê que não ficou branco de uma só vez? Perguntou para ela e os seus botões.
-Boa tarde.
Respondeu com uma simpatia e um sorriso como se fosse entregar tudo ao homem que ela acabara de conhecer.
-Fui destacado para lhe servir até a morte. Não me autorizaram dizer mais nada sobre este assunto!
Ela é malandra e já não importa com muita coisa na vida e estava nas tintas pelas explicações que possam vir de qualquer coisa que fosse ou que aparecesse a sua frente ou que a circundava, só importava ter uma pessoa para mandar fazer os afazeres e os desfazeres.
Cara a cara com o homem ela disse.
-Se é assim tudo bem, só me resta ti receber na minha humilde casa.
-O que é que eu tenho que fazer?
-O que você quiser. Disse a mulher.
-Eu não sei o que fazer numa casa nova, ainda por ser uma casa em que uma pessoa já tem o domínio de tudo o que esta dentro. Uma casa que é dominada por uma mulher torna-se uma arma perfeita para construir bons seres humanos, mas vejo que não tens ninguém a não ser as suas diversões.
-bem, falando sobre “dentro”! Aproveito para lhe dizer então. Qual é a primeira coisa que um homem deve fazer com uma mulher sozinha “dentro” de uma casa? A mulher perguntou.

-Servi-la com esguardo até tudo ficar velho, se for difícil é bom porque é o caminho para tudo vir a ser mélico, até as palavras se envelhecem e cedem quando se acostuma no enfrentamento da vida juntos.          
O homem cuincou a testa, tirou um pequeno bloco começou a registar a conduta da mulher.
-Deseja mais alguma coisa? perguntou o homem
-Bem depois queria tomar um banho, depois de trepar quero que me destrepe no colo a escada abaixo, quero que me ponha comida na boca e a outra coisa já sabes né… que continua a passar me por debaixo das pernas.
-O que uma mulher tem de evitar nesses tempos de incertezas, é que passe tudo por debaixo das pernas, por querer dar voz e movimentos aos nossos desejos, já somos bilião de homens e mulheres, gajos e gajas no mundo, temos de em algum momento evitar as pernas dos outros e fortalecer as nossas para que a terra não fuga connosco para onde não queremos, se possível pegar tudo com a ponta dos pés. Com as pontas dos pés é mais segura e mais chique numa mulher.
A mulher deu um sorriso maroto. Mas o desejo de se sentir satisfeita não deixou ela entender nada além de suspiros, adores mortíferos que fazem os corpos se estremecerem, acalmarem um no outro.
O homem redigiu tudo para não lhe escapar nada, nenhum detalhe e em momento algum. Ele aproximou da mulher encostada no corrimão do sofá, pegou o telecomando e interrompeu a telenovela que estava assistindo. A atitude tomada pela vista lhe causou uma certa raiva momentânea. Mulher olhou espantada e constrangida e um pouco de fúria para o homem.
-Mas já?
 -Sim, já são dês e meia da manhã e ainda não fizeste a higiene corporal e dentária, nem sequer tomou o pequeno-almoço, pelos dados sanguíneos, insulina e de açúcar estão um pouco instáveis devido a fraca alimentação. Mas o que andaste a fazer?
A mulher virou a cara para o chão, correu as mãos nos cabelos e voltou a sentar, respondeu de forma magoada.
-Preguiça de fazer alguma coisa. Preguiça as vezes até de viver, tenho a sensação que não sirvo nem para morte, carrego um morto vivo em casa que entrou em greve de viver há mais de cinco anos, agora vive no quarto ao lado, nem abraço e nem palavras, recusou a vida, comida, só observamos um ao outro, e raramente ele diz duas palavras.
-O que ele diz concretamente?
-Se ele ainda não chegou?    
-Para ter tomado essa medida drástica provavelmente aconteceu alguma coisa que o abalou até o ponto de ficar na cama?
-Pequei contra ele, descumpri as minhas obrigações.
O homem ficou espantado como se aquele espanto fosse o seu primeiro sentimento que tinha observado nele em anos da sua existência, não todos os dias que alguém descobre que não serve nem para a morte, para morrer é necessário saber viver como se cada momento fosse o ultimo feleeng fixe.
-Então o que andaste a fazer em todos os dias?
-Levanto bem cedo as vezes lavo a boca e ponho água na cara, limpo o quarto ao lado…sabes, já tive dias que queria saber limpar o silêncio pela casa toda…quando me vem à cabeça que nem para limpar a mim mesmo sirvo, desejo a morte de nós dois, mas isso é só castigo. Há mais de nove anos ele me tomou no meu pai, mexida, por um homem que prometeu casar e não apareceu e meu pai ficou cheio de vergonha. Tradição é forte e a ignorância anda por toda a vizinhança. Quando cai uma virgindade em casa que a tradição de ir à igreja é uma norma quase lei sagrada e os mais velhos sempre têm a razão qualquer pecado é um castigo que vinga e os outros ajudam no castigo. Nem vizinho, nem família, nem compadre e nem trabalhadores das FAIMOS lhe queriam dirigir a palavra, somente ele teve a audácia de desafiar o costume tosco de honra e desonra da família porque alguém me quebrou a virgindade e não casou. Meu pai lhe deu muito dinheiro para ficar comigo.
-Ele ti comprou! E depois, o que ele disse?
-Patrão nem se fosse bedja[1] tomaria ela por inteiro. Não que me importava em virgem ser ou não, estava em mim, faço o que quero, não sou para o meu pai, normalmente venho assistir a televisão e as vezes faço outras coisas, mas nada serio de se ver, tenho uma paixão enorme pela malandrice fui filha desejada pelos meus pais, tive quase tudo, o meu dom é ter um homem bonito, rico e que me realizasse os caprichos. La em morom[2] tem muitos homens desprovidos de fineza.  
- E o dinheiro do teu pai serviu para os caprichos? Perguntou o homem.
-De inicio sim, ele era um homem tosco, burro, antes pescador, depois pedreiro, as vezes pastor de burros que carregava palhas para o quintal grande do meu pai, era um capacho pronto para tudo. Mas foi capaz de me amar sem eu lhe ter dado de volta o tão desejado amor, na primeira vez engravidei dele depois perde, acho que a criança seria um pânico para mim e um orgulha para ele, mudamos de cidade, quando digo alguma coisa ele ouvia, assistia e cumpria até que comecei a ver os paulo´s, as marias, os jose´s pela cidade toda, em discotecas, bares. Eu fui de fora da cidade e assistia aquilo só pela tv, precisava sentir, vive-la para contar. Provavelmente ele é o único homem que realmente me ama, mas, amar não se apalpa para pegarmos e dizer é verdade, só sentimos para de vez em quanto duvidar e sentir que o amor forte por vezes é aquele que é frágil.
- E ele o que fez?
- Chegou em casa, guardou as suas chaves, pôs-se de camisolas, entrou no quarto e só me disse.
-Estou em greve de viver, já não vale a pena, tu te entregaste e eu só entreguei a ti. Já passou cinco anos, as vezes levanta e apanha uma bebida e sobe, deita, a ultima vez foi a seis messes. Normalmente o tempo enche-nos o corpo para afrente e a ele o tempo tem lhe consumido, resumido ao estado cadavérico. 
O homem deu duas voltas pela sala ignorou a por instantes a confissão da mulher, olhou pela janela voltou a cara.
-Então odora o lixo? Na minha primeira olhada pela casa só avistei o lixo, até a ti mesma pareces um lixo, para tratar uma única pessoa que deixou de viver para importar contigo só pode ser tu uma cabeça feito depósitos de desperdícios. Ainda mais o lixo que vês pela televisão, porque já aprendeste exatamente a falar dos lixos que vem dali, pareces uma PCA da lixeira. Como se chama o canal que assistes todos os dias?
-Quase não assisto, só vejo vídeo cassete em especial as de fita Kodak, porque o meu pai gostava e ficávamos em família para vê-lo a organizar aquilo, dai passei a gostar muito.
- O que esta na moda neste momento no mundo, é a venda do lixo. Uns vendem os lixos com as mãos nas mercearias, nas lojas e nos minimercados, outros vazam na sala e nos quartos da tua casa através da televisão e da rádio e outros lançam pelo olhar, agora o lixo do olhar, é um lixo especial, é necessário ter a sensibilidade das pontas dos dedos e dos olhos para senti-las, não é que tudo nos sai mal, é preciso estar ligado a boas substancias para as subtrações e divisões das coisas potencialmente uteis. Mulher olhou, ouviu, e caiu no sofá.
O homem foi a frente dela meteu a mão pela coxa e tirou-a do sofá, pelo seu braço esculpido e músculo forrado pela pele negra, transportou para a casa de banho abriu o chuveiro, a mulher acordou com o cair da água morna do. Ela olhou para o homem com um olhar de apetência em acrescentado potencia de que se podia ouvir dizendo mesmo sem falar.
-Quero te comer gato preto e, sentir esta pele negra e finíssima, mais ainda estes músculos muito bem aparados.
O homem abaixou e entrou no chaveiro e começou a lava-la com gel de banho que ela tinha comprado devido ao teor da publicidade que se deu na televisão e proporcionava o cheiro que figuras importantes gostam. Ela ficou espetada olhando o corpo do homem molhado com a sua farda ensopada que os músculos apertavam até o limite do céu e nela até o seio e meio da perna que corria água salgada da urina.
-Não faz nada?
O homem só olhava, e ela começou a tocar lentamente no seu mamilo e outras provocações que resolveu fazer, terminado de tomar banho, embrulhou-a numa toalha grande como se ela fosse um hambúrguer pronto a ser comido. O homem lhe disse.
-Não faz ideia de quem eu possa ser?
-Não, não faço a mínima ideia, a única ideia que faço agora é que quero morrer de desejo no teu corpo e sentir a tua carne na minha carne, venha.
-Eu sou a morte.
De forma curta e fria o homem lhe disse. A mulher enquanto louca em cima da cama esperando a vara do homem penetrando nela. Morte aproximou da mulher tirou um lencinho branquíssimo por uma banda e negríssimo por outra banda e estendeu em cima da cama da mulher e olhou profundamente nos olhos da mulher que olhou pelos detalhes faciais e reparou que ainda não o tinha visto um ser humano tão estranho e bem misto neste mundo.
Os dois em silêncio observando um ao outro em cima da cama.
-É assim que a morte aparece então? Falou baixinho a mulher.
- A morte tem muitas formas e esta é só uma das muitas formas, não preciso de licença para aparecer.
A mulher desatou a rir sem parar, empurrou a morte para longe dela e rolou na cama pensando que tudo aquilo era uma distração que aquele homem estava criando com a ideia de tornar o clima mais quente. Morte ficou enfurecida com a pouca importância que a mulher estava dando para sua pessoa. Morte estava perguntando ao mesmo tempo o porquê de ele ainda não ter terminado o serviço de uma só vez e ir embora para fazer provocar a outra desgraça?
- já não podemos fazer nada, tiveste as tuas chances e me traíste, tu ti traíste a ti, estamos aqui no meu aposento e há muito que tinha saudades de te menina, ti tomei desprezada por aquele que dizias o homem perfeito e eu mesmo cheio dos meus defeitos ti peguei do seu pai, ti amo tanto ti amei tanto. Estou prostrado nesta cama porque poderias se meter com todos os homens e me pusesses chifres de uma banda a outra, mas com ele não.           
-Mas ele me tirou a virgindade, isso a gente não esquece facilmente não, concluiu a morte que finalizou a sua missão na casa da mulher. Naquele momento ela não sabia quem era quem se era o marido prostrado na cama ou a morte.
A mulher ficou encarando para ele, agora com uma cara mais seria com a ideia de que já começará a acreditar na história do homem, aos poucos vem-lhe a mente de que a morte lhe entrou pela casa e pelo corpo do grevista.

Uma voz alta lhe chamava ao amanhecer da parte de fora.
-Julieta, Julieta, Julieta.
O sol já tinha abrindo as primeiras horas do dia, levantou e abriu a janela do primeiro andar e avistou a empregada da casa o chamando. Abriu a porta e cumprimentando de beijos e bom dia, a Julieta tinha acordada um pouco estranha, mas feliz, desejosa de ver o grevista em mais de dez anos de marido e mulher. Ordenou a empregada para limpar o quarto porque desde que foi de feria quase que não limpara o quero dele.
-Dona Julieta, dona Julieta?
Alguém a chamou do interior do quarto do grevista. Ela correu apressadamente para cima, subindo as escadas até o quarto. La estava ele, morto. Naquele momento terminou a greve dele e a vida. A esposa Julieta pós a mão na boca, mas tudo o que sonhei era verdade? A morte me visitou então antes de leva-lo, ele existe e fala, a morte é loira ou loiro é negro, branco, tem cochas ou veste de mulher? estranho e necessário?

A empregada lhe agarrou na mão em tons de consolação.

-Senhora agora é momento de descansar, pareces cansada, a senhora esta livre. Julieta lembrou que já fora abandonada, desejada e agora viúva. 
-Livre? Esta palavra é traiçoeira as vezes pensamos que ela é boa, mas, é a prisão que pedimos. De repente sinto tão só e um sono com sonho que se realizou. É isso o poder da morte? 

 






[1] Mulher que já não é virgem e mãe de filhos, por vezes não tem um homem certo. 
[2] Bairros de interior da cidade que ainda as tradições e valores familiares, religiosos são bem rígidos, se vive da agricultura e pecuária, maioria dos homens do campo tem pouca escolaridade.

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