foto de Gabriel Costa
A parte. Desde os antigos dias até hoje, ela tem aparecido como se fosse um mundo cheio de elefantes e dinossauros extintos por dentro e, figuras geométricas no sentido de “stop” diante do Simplício a fazer coisas que saem da ponta dos dedos com artimanha das antigas velhices já herdados dos homens que morreram com os pés rachados a fugirem de chabrolas negras e outros homens que se perderam dentro deles mesmos vestindo pele branca.
Falei muitas vezes sobre os olhos que abrem a frente da rocha e, até hoje ela insiste em tapar a sua boca. Tapa-nos a todos até o fundo dos olhos e visão. Possivelmente se quisermos olhar a outra parte, teremos de ver um pouco mais a cima, como tinha dito o amigo pescador, temos de ver para lá do que se vê, ao redor tem o mar fingidamente azul.
Ainda para um tal metamorfose que insiste em não se efetivar. Tem arreias brancas que insiste em ser açúcar, coqueiros que insistem em ser talheres, o mar que insiste em ser leite e a redonda que é um prato. Naquele tempo, pessoas comeram essa ilusão e nunca mais a fome chegou a matar. No final, só a fome do papam foi simpaticamente assinado.
Para se ver essas coisas no norte, temos de levantar a cara, temos de esticar qualquer coisa como se fosse frase dentro de tensão alta, haja remédio para tanta tensão alta. Provavelmente nascemos todos orgulhosamente graciosos de dentro das graciosas. Essas mulheres maiores que os seus úteros de ferro cheios de canseira masculinas durante o dia e a noite se esquecem de ser mulher e só. Mães. Têm sílabas que assustam quando educam, com substantivos ativos e pronomes que tem perdido fome e nas mãos delas só têm. Cravos, cortes da faca, pão que perdeu fermento, pau de enxadas e corte feitos pela vida.
Nós os frutos que têm sido alguém, por vezes irreversivelmente limitados quando olhamos a graciosa e ela insiste em tapar-nos os olhos. Atrás da graciosa tem mais vida e mais bazofiaria para serem exploradas pelos tarrafalenses, tem mais continuidade.
Diz o poeta velho numa das nossas conversas da tasca, que em cima da tal senhora silenciosa, tem um nascente que insiste em ter pena das gentes da cidade. Esse tal nome de nascente pedra empena nasceu devido a um encontro de melodia, numa noite de tombamento das graças com algo sagrado e molhado que simplesmente recusou voltar ao céu. As chuvas.
Graciosa molhou tanto, chorou tanto durante a noite, quando chegou o sol se envergonhou ao toque dos primeiros raios. O recado já é antigo.
— Parem de reclamar, já me têm, usem-me.
Parou as chuvas, as cheias e, por cima ficou a nascente de águas protegidas por pedras, imensas pedras cheios de bonitas feiuras e, por dentro soam finason de Bibinha Cabral e som fino de Simboa de Ariki Cimboa, o som é triste as letras são reais e descrevem as noites e dias do mundo a parte do norte da ilha e a nascente se chamou aguas de pedra npena.
Ai se entende que a pedra Npena ficou assim. Com pegadas das gentes de Tarrafal e o nome. Só ficou, ficou bem e, graciosamente bem. A noite tudo fica coberto tendo em conta que a montanha tem fazenda.
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