Halloween party ideas 2015

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A conjuntura atual requer um pensamento político que coaduna com os cenários políticos esboçado desde a implementação das bases legais saídas das eleições legislativas de 13 de janeiro de 1991 e da aprovação de uma nova constituição em 1992 pela Assembleia Nacional, que institui uma nova forma de organização do Estado e do território através da instituição do poder local plasmado no artigo 230º da constituição da Republica de Cabo Verde no seu nº1 que compreende a organização do Estado através da existência de autarquias locais, e o artigo 231º da CRCV que estabelece as autarquias locais que são os municípios, podendo a lei estabelecer outras categorias autárquicas de grau superior ou inferior ao município, e já há necessidade de implementar a lei na sua plenitude, criando condições para as categorias municipais infra como as freguesias ou outras circunscrições territoriais inframunicipal que dariam respostas as comunidades locais nos municípios aos problemas de fácil resolução e que descongestionava de certa forma os serviços da administração municipal., é necessário reforçar os poderes dos municípios principalmente na formulação das politicas publicas nas áreas da educação, agricultura e pesca, preservação ambiental e politicas publicas focadas principalmente nas mulheres do meio rural.

Lançando um olhar sobre a trajetória da governação política do município de Tarrafal de Santiago diante dos resultados eleitorais e das dinâmicas políticas deste município elevado a categoria de cidade através da lei nº77/VI/2010 de 23 de Agosto que estabelece o regime da divisão, designação e determinações das categorias administrativas das povoações, a semelhança de outras sedes de municípios.

Os resultados oficiais das eleições autárquicas no Tarrafal até esta data não deram vitória ao PAICV (Partido Africano para Independência de Cabo Verde) tendo este sempre o papel de oposição, ao contrário do MpD (Movimento para Democracia) que sempre governou a Câmara desde as primeiras eleições autárquicas pluripartidárias de 15 de Dezembro de 1991 tendo o seu primeiro presidente democraticamente eleito, Jacinto Vaz Furtado Miranda para governar a Câmara, e para a assembleia o José António de Sousa, governado o município de 1991 até as eleições autárquicas de 21 de janeiro de 1996, de referir que nas primeiras eleições autárquicas no município apareceu um grupo de cidadãos denominado NETA e o PAICV esteve ausente nessas primeiras eleições autárquicas após a abertura politica, pegando neste aspeto histórico politico a não participação do PAICV nessas primeiras eleições terá dificultado de certa forma a sua aceitação pelo eleitorado e o reforço das bases no município prejudicando-o nos sucessivos pleitos eleitorais a nível autárquico o que não se verificou de forma linear nos resultados das eleições legislativas. Nas eleições de 21 de janeiro de 1996 o MpD vence de novo as eleições elegendo o candidato a própria sucessão, Jacinto Vaz Furtado Miranda para a Câmara Municipal e Victor Goncalves Fidalgo para a Assembleia Municipal e o PAICV é oposição.
Nas eleições autárquicas de 20 de fevereiro de 2000 uma das disputas eleitorais mais aceradas de sempre o PAICV perde as eleições por 450 votos conseguindo eleger 3 vereadores de entre eles o cabeça de lista Arnaldo Andrade, Francisco da Cruz Lima e António Gomes Borges, e o MpD elegeu quatro vereadores desta vez assumindo a presidência da camara João Domingos de Barros Correia e a Assembleia António Pedro Varela, eleição esta muito criticada pelo PAICV por suspeitas de fraudes e algumas irregularidades no processo eleitoral, nessas eleições também um deputado de um grupo independente denominada GSTDT e do partido PCD foram eleitos e mais tarde com a desvinculação de um dos membros eleito pelas listas do MpD veio a somar dois independentes na Assembleia Municipal.

Com a criação do conselho de São Miguel Arcanjo em 1997 limitando assim a nível territorial o concelho de Tarrafal somente a freguesia de Santo Amaro Abade. Com esta separação territorial, administrativa, e politica foram realizadas primeiras eleições autárquicas no Município de São Miguel a 21 fevereiro de 2000 com um numero de inscritos de 7968 e 4525 votantes e uma alta taxa de abstenção rondando os 43,2%, estando na corrida dois partidos MpD e PAICV, o MpD vence as eleições elegendo José Maria Carvalho para a Câmara e Albino Lopes Tavares para a Assembleia Municipal.

Analisando a evolução dos resultados eleitorais para a Câmara Municipal e a distribuição de mandatos para a assembleia Municipal do Tarrafal é evidente o ritmo crescente do PAICV na arena eleitoral municipal iniciando nas eleições autárquicas de 2004 continuando nas eleições de 2008, 2012 e 2016 nestas ultimas com uma ligeira diminuição do score.




Nas eleições de 21 de março de 2004 João Domingos de Barros Correia é reeleito para a Camara Municipal conquistando 70.1% dos votos e João da Cruz Silva para a Assembleia com 68,8% dos votos somando 12 deputados e o PAICV com 21,3% elege 4 deputados PCD/PRD com 9,9% elegendo 1 deputado
Em 2008 com a criação de mais municípios em Cabo Verde passando a contar com 22 municípios espalhados pelas 9 ilhas habitadas, nas eleições de 18 de maio deste mesmo ano no município de Tarrafal de Santiago os resultados eleitorais não se alteraram muito no que diz respeito ao partido no poder a segunda reeleição de João domingos foi confirmada com 70,21% dos votos uma das menores taxas de abstenção ate agora registada nas eleições autárquicas no Tarrafal situando nos 15,1% e António Gomes é eleito para a presidência da Assembleia Municipal com 69,59 % dos votos e o PAICV só consegue os 29,79% para a Câmara e 30.41% para a Assembleia Municipal elegendo 5 deputados.

Nas eleições de 1 de julho de 2012 do lodo do PAICV Arnaldo Andrade não sendo novo nessas andanças lança a sua candidatura encabeçando a lista para a Câmara e Moisés Borges para a Assembleia sendo este derrotado anteriormente pelo veterano João Domingos Correia nas autárquicas de 2008, do lado do MpD as configurações do puzzle politico e a estratégia para as autárquicas, colocou o cabeça de lista o professor José Pedro Soares para a Câmara ocupando anteriormente a segunda posição na vereação no ultimo mandato de João Domingo Correia, passando o veterano João Domingo para a Assembleia Municipal, constituído não só uma estratégia politica mas preservando de certa forma a vanguarda politica do MpD no Município. O MpD venceu as eleições, onde é de destacar a eleição como deputado para Assembleia Municipal o atual Ministro do Estado e do Conselho de Ministro Fernando Elísio Freire, do então Diretor Geral do Ambiente do governo de José Maria Neves ate 2016 e agora deputado nacional pelo circulo de santiago norte / Tarrafal Moisés Espirito Santo Borges e do também vereador da Câmara eleito por dois mandatos, ora deputado Nacional eleito nas listas do MpD pelo circulo de Santiago Norte/Tarrafal nas legislativas de 2016, José Soares, um dos possíveis candidatos do MpD para as autárquicas de 2020.

A história política do Tarrafal é rica de nomes de destaque na arena política Nacional, casos do ex-ministro da Cultura do governo da oitava legislatura, Mário lúcio Sousa também eleito municipal nas eleições de 1991 e 1996, do atual diretor do palácio do governo e vereador no período 2004 a 2008 Emanuel Silva que também mostrou disponibilidade para ser sondado pelo MpD para as eleições de 2016 tendo a escolha recaído sobre José Pedro Soares, Também o candidato nas eleições autárquicas de 2004, Florenço Varela tendo desempenhado as funções de Presidente da extinta IUE (Instituto Universitário da Educação) entre outros.
As eleições autárquicas de 4 de setembro de 2016 trouxe novos elementos para o panorama politico no Tarrafal com os candidatos do lado do MpD a mostrarem a disponibilidade para serem sondados caso do Emanuel Silva acima citado e do professor universitário Silvino Évora que mostraram publicamente a disponibilidade, recaindo a escolha sobre José Pedro Soares candidato a sua própria susceção, também a disponibilidade de um membro que desvinculou do PAICV criando nas redes sociais um Grupo Independente denominado GITTA (Grupo Independente de Transformação de Tarrafal), que não tendo apoios suficientes para avançar a iniciativa acabou por morrer na praia e enterrado pelas duas forças politicas com maior raízes no município a saber o PAICV e o MpD, por seu lado o PAICV nestas eleições apostou todas as suas fichas no jovem candidato José dos Reis ate a altura deputado municipal e também delegado do ministério da educação no município ate 2016, para uma possível rotura do status squo, mas que não se concretizou, e o MpD reforçou ainda mais a hegemonia politica no conselho elegendo para o seu segundo mandato José Pedro Nunes Soares para a Câmara e o resgatado das sondagens internas Silvino Évora para a Assembleia Municipal.
O município de Tarrafal e do Maio são os únicos em todo Cabo Verde que é governado pelo mesmo partido desde as primeiras eleições autárquicas multipartidárias de 1991 ate 2016.
A quase um ano das eleições autárquicas de 2020 muita coisa ainda pode acontecer e que pode moldar as dinâmicas do poder no município, por isso a tentativa de esboço de qualquer cenário para as próximas eleições autárquicas situa-se meramente no campo da imprevisibilidade. 
Já se iniciaram movimentações tantos dos partidos como da sociedade civil de possíveis pré candidatos as eleições autárquicas no Tarrafal caso do pré candidato de 2016 Emanuel Silva de uma possível recandidatura do atual presidente da Câmara Municipal José Pedro Soares, do atual presidente da Assembleia Municipal Silvino Évora, do deputado nacional por Santiago Norte / Tarrafal José Manuel Soares e ate vozes que apontam para uma possível candidatura do veterano João Domingos Correia todos pelo MpD do lado dos Tambarinas, o atual presidente do sector PAICV Tarrafal e Candidato derrotado nas eleições autárquicas de 2016 José dos Reis, o ex.- deputado municipal Paulo Varela, uma das vozes mais criticas a gestão atual liderada pelo José Pedro Soares, chegando a enfrentar ate processos judicias, o presidente da J-Pai Tarrafal Samora Morreira e do veterano Arnaldo Andrade e um possível regresso de Moisés Borges desta vez liderando a lista deste partido para a Assembleia Municipal.

Nas lutas internas dos partidos por posições tem o seu termo muitas vezes imprevisível e com poucos sinais de democracia, o que pode deixar fissuras que levam desde instabilidades internas, ate mesmo ruturas o que só o tempo e uma liderança forte podem reverter. O MpD e o PAICV tem para já escolhas difíceis a fazer nem tando do lado do PAICV, mas mais difícil do lado do MpD onde não só pelo numero de possíveis candidatos as eleições autárquicas do próximo ano, mas levando em consideração um conjunto de fatores relacionados ao desgaste de 25 anos no governo camarário, de incidentes durante a atual gestão, o dialágio munícipe Câmara, o desempenho e o Accountability, questão politicas de foro interno das estruturas do partido no concelho, entre outras situações que de certa forma veio a agravar com a manifestação de 11 de janeiro de 2019 que juntou muitos manifestantes essencialmente jovens mostrando o seus descontentamento contra o marasmo e o lento desenvolvimento do município causado pelos sucessivos governos locais e central, uma manifestação com repercussões na comunicação social nacional e internacional.
A manifestação podemos dizer que impulsionou de certa forma um grupo de jovens liderado pelo professor e ativista Loisito Sousa a posicionar publicamente através das redes sociais como candidato as eleições autárquicas de 2020 deixando os partidos em alerta e com uma certa pressão, mas ainda é muito cedo para qualquer avaliações que pode nos induzir ao erro, porque mesmo partindo do pressuposto da fragilidade da atual governação e uma oposição pouco atuante e algumas vezes conivente com as decisões da Câmara Municipal, não podemos ignorar o papel dos partidos num sistema como nosso de base partidária, e das suas próprias circunstâncias de atuação no que diz respeito aos meios financeiros, e toda uma estratégia e experiencia de conquista do eleitorado e do voto isso são ativos muito importantes que podem tornar as disputas desiguais ou mesmo levando ao fracasso das iniciativas da sociedade civil independente , a dinâmica politica no Tarrafal tem exemplo desses casos, exemplos de grupos independentes como o GUDT que nas eleições autárquicas de 2000 não passou dos 5,0% dos votos e do GSTDT que nas mesmas eleições alcançou 6,4 % dos votos para a Câmara Municipal e elegeu um deputado para a Assembleia Municipal e a tentativa fracassada de constituir uma candidatura independente do denominado grupo GITTA para as eleições de 2016 liderado por José Furtado, mas nesse cenário de candidaturas de grupos independentes, nas eleições de 1991 o denominado grupo independente “NETA” conquistou 37,09 % dos votos para a Câmara e consegui eleger 6 deputados para a Assembleia Municipal é um exemplo de que há espaço para candidaturas independentes e grupos de cidadãos, mas é preciso um projeto solido que abraça todas as sensibilidades sociais só assim pode-se atingir os objetivos de vencer eleições e conseguir a governação do município de referir que desde as eleições autárquicas de 2004 ate 2016 as disputas eleitorais no Tarrafal foram dominadas pelos partidos não surgindo nenhuma candidatura de grupos de cidadãos nesse período.

A fragilização da atual gestão da Câmara deveu-se muito ao erro praticado em 2016 principalmente no que diz respeito a composição das listas em que o critério dos partidos deixa quase sempre margens para duvidas, não só escolhas de pessoas com perfis técnicos mas que tenham perfil politico de diálogo e que ausculta as populações conciliando com o perfil técnico-profissional e as competências de liderança organizacional, o que quase não se vislumbra nessa atual equipa porque governar um município com 18264 habitantes segundo dados da INE de 2016 não é como governar uma casa com 3 ou mais pessoas. É preciso principalmente no exercício de uma função nobre como o de gestor  autárquico, um legitimo representante de todas as sensibilidades sociais politicas e religiosas do conselho ter a cortesia no atendimento dos seus eleitores, o incentivo ao espirito de equipa e a liderança democrática, e a impessoalidade, imparcialidade e objetividade no exercício das funções isto são apenas alguns princípios basilares éticos e profissionais que foram feridas de certa forma no exercício das funções de representação politica dos cidadãos do Tarrafal.
 
O erro muitas vezes esta no que nos é oferecido pelos partidos para escolhermos e que por vezes ate nem conhecemos o que esta dentro, levamos a caixa pela cor não pelo conteúdo, dai estaremos quase sempre a cair em erro. É preciso sim estarmos informados e formados sobre a importância do ato de votar, principalmente nas eleições autárquicas que decide o presente e projetar de certa forma o futuro do município a nível das politicas publicas da organização territorial, saneamento e acesso a água, a habitação condigna, saúde, educação, desenvolvimento rural, a promoção social, redes de transporte, cultura desporto e lazer etc. questões essência para o bem-estar e a melhoria das condições de vida das populações.
A manifestação de 11 de janeiro molda de certa forma a estratégia dos partidos para as próximas eleições autárquicas, e despertou ainda mais a consciência crítica e cidadã dos tarrafalenses, emborra ainda muito tímida, devido aos fatores históricos, mas também a uma cronica e tóxica dependência dos cidadãos ao poder estando ligados diretamente ou indiretamente a estrutura de poder que depende, o cidadão fica quase sempre refém e muitas vezes aborta quase conscientemente a liberdade e o senso critico por uma questão de sobrevivência, fragilidades essas aproveitada maquiavelicamente pelos partidos nos períodos eleitorais, mas que passa despercebido muitas vezes pelos cidadãos.
É evidente e quase consensual que a popularidade e as realizações dos compromissos eleitorais da atual equipa camararia se situa ariscando numa analise por analogia aos rankings das agencias de notação financeira “que são empresas que, por solicitação de um ou vários clientes qualifica determinados produtos financeiros tanto de empresas, como de governos ou países, avalia atribui notas e classifica esses países governos ou empresas, segundo o grau de risco de que não paguem suas dividas no prazo fixado” caso de Portugal que em 2011 durante a crise a empresa de notação financeira Moody´s colocou o rating (classificação de risco português) no grau de especulação ou “lixo “ isso no plano económico tomando isso de forma análogo para o plano politico essa qualificação, neste caso do produto politico as realizações e os compromissos com o eleitorado situa-se no mesmo nível da classificação financeira e nesta analogia a nível politico os compromissos eleitorais, as realizações e o desempenho da atual equipa camararia colocando a sua popularidade e aceitação no nível C que na classificação da Moody´s a pior classificação, a C refere a mais baixa qualidade, sem interesse, que refere a alta probabilidade de não pagamento das dividas dentro do prazo acordado, neste caso alta probabilidade de não honrar os compromissos eleitorais com as populações a sensivelmente um ano do fim do mandato de 4 anos podemos dizer analogicamente que esse é a classificação politica da atual situação da Câmara Municipal.

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