Alma singela que pelo destino foi traída,
Que posso eu dar-te, mãe?
Quisera eu outrora aliviar a tua lida,
Mas, infelizmente nisso, não tive tanta sorte,
Mulher que na primavera da vida viu a sua flor murchar,
E das suas entranhas,
um novo ser desabrochar.
Que posso eu dar-te, mãe?
Embora criada por Deus,
o mundo não te posso oferecer,
vivemos nela, lugar onde o amor se esquece
se perde e, se mata por ela, mãe,
neste mundo vivemos e dela o amor já não faz tanta presença.
Senhora de pura beleza,
Ostentaste tão cedo uma vida nos seios,
Até que um dia ao mundo veio,
Sem nada, somente, a certeza
Que posso eu dar-te, mãe?
Mãe, a mim que tiveste que dar à luz,
E sozinha carregar a tão pesada cruz,
Só te posso dar a esperança,
De que depois da tempestade vem a bonança,
e um dia de cada vez será sempre a nossa vez de sorrir.
Postar um comentário