O
homem empurrou a porta e teve a primeira preocupação. enfrentar a mulher como
se fosse apalpar o silêncio e todo o corpo da mulher fosse um algo rígido, vivo
do ser vivente que movimenta e só se vê e não fala. Naquele momento, atrás dele
esta outra pessoa, a principio, pela
ideia do homem recém chegado, o acompanhante seria uma visita e um hospede
indesejado naquela casa, aproximou a mulher do homem recém-entrado na casa, e o
marido tapou-lhe a boca como se o acarinhasse a solicitar o beijo, mas logo alongou
a sua boca até os ouvidos dela e falou-lhe em profundo e segredo inaudível, a
mulher acalmou e, prontamente mostrou pela expressão do corpo que não
concordara com as palavras, mas, só o corpo iria mostrar a discordância de ter
que receber a visita que o marido acabou de trazer. Alguns abalos perturbam e
se instalam e outras encontramos a forma de esquecer, ou pelos menos pô-los a
dormir com algumas pontas de fora só para não esquecer de vez as coisas boas ou
más, a bebida tem sido um bom agente companheiro da dona Filo, para o
esquecimento e para adormecimentos dela e das coisas pegajosas na cabeça. O
finado anda ainda lá no escuro e anda a vira-la as avessas, no lugar onde antes
era o depositário do orgulho entrou a pretinha retinta. Quando um recipiente
enche e alaga por fora, tudo se vai pela ribanceira e a vida da gente vira
tanto em uma direção que adaptamos a ver ao contraio e as avessas, a dona filo
é chegada às novidades na comunidades, nos últimos tempos andou ocupada e um
pouco de paz chegou a Bakanorte com ela a passar mais tempo com a pretinha
retinta que nasceu na ausência do marido, junto com alguns silencio da casa e
sorrisos da pretinha lembrava do morto e aprendeu a ter ressentimentos dos
rapazes da cidade que chegara de repente na comunidade.
Afastou
aos poucos da mulher e esticou o seu corpo e braços e recompôs-lhe a blusa que
se embrulhou devido à mínima violência entre os dois corpos ao encontro para
partilhar o seu pedido de acatamento e calma face a visita, tinha agarrado a
mulher e a recompôs em bom estado de vestimenta e se aproximou da porta,
observou bem a visita no rosto e o convidou para entrar na sala, e o cômodo era
sofá preto e duas estatuas de cachorros com olhares salientes em ambos os
lados.
Fez
se o silêncio entre a visita e a mulher, instalou-se um sossego entre os
objetos nas estantes e eles dois, e as fotos de familiares espalhadas na parede
e estantes de mogno de guiné com sinais de já la ter estado a demasiado tempo e
naquele instante, assistiam eles dois, a visita encara uma única foto e esta
longe de perceber o incomodo da mulher, a insatisfação para com o marido que a
convenceu a não abrir a boca.
Nos
oito anos vividos na comunidade de Lém
de Baixo um dos segundos bairros de Bakanorte. Nunca deixou que passasse algo
sem o habitual comentário e julgamento que corria até os ouvidos das outras
vizinhas e amigas de estimação. Há um mês que o marido chegou da cidade onde
trabalhou nos últimos anos antes de solicitar a reforma antecipada para dar
mais atenção à esposa e a ele mesmo. De certa forma eram assuntos de muitas
queixas por parte dos vizinhos e das pessoas que mantinham uma boa relação com
o Mário Pota. Nos últimos vinte e
cinco anos foi três vezes levar de comer a esposa na cadeia devido ao vício de
levantar falsos contra os outros, ainda que não achasse aquilo um ato de
maldade devido a um certo degrado que adotou nos últimos anos. Bebia para
esquecer que tinha que levantar de cama sem o outro corpo presente, quando
esticava a mão para o outro lado e lamenta que o marido tivesse que trabalhar
na cidade grande e ela tinha que aguentar a solidão, mas, passava rápido,
esquecia ou pelo menos a lembrança ficava em repouso para outro amanhecer e
outro gole para abrandar a fustigação que a saudade e a vontade de um certo
calor do corpo do tal homem seu marido já algum tempo não o tinha manifestado
em palavra e em ato consolatório, prensatório
e alguma oratória para desanuviar o ambiente e certo carinho que se recupera. O
marido vinha naquela tarde pela última vez do seu trabalho e definitiva da
cidade grande para gozar a pré-reforma, depois de passar na junta medica para a
ultima avaliação física.
Depois
de ter trocado de roupa e entrado na sala. Retirou duas chávenas de cristal da
estante cor de pirolito de açúcar derretida, tudo na estante é antiga, já
amarelados pelo tempo. o estilo de designe das chávenas é antigo e nada novo só
o espanto da visita que já habituara a copos de bar e de butikin de esquinas
onde se esconde por brigas, por furtos, por cheiro nas têmporas, por gatas mal
recomendadas aos estômagos e ziguezague que a vida dá e, as vezes se esconde
para ocultar o roubo das outras vidas.
A
mulher observa o ato e diz ao marido que não bebe com eles, por ser o presente
que a avó deu a mãe e o ofereceu no seu primeiro casamento. Virou a cara para
visita que ainda fixava a cara na foto da estante. O marido insiste a alongar o
braço para a esposa e ela denuncia com a cabeça que não quer.
— Não
me diga que bebeste hoje?
— Não,
há muito tempo que não bebo, mais de quinze minutos, e a prova, é nós estarmos
aqui em paz. Nem estou a falar? Terminou perguntando retoricamente.
A
visita que estava ciente na foto rio por uns pequenos instantes antes de ser
parado pela cara pesada da mulher. A resposta da esposa perecia que ser uma
grande resposta igual à possibilidade do tempo que poderia já ter sem beber.
Nessas circunstancia, quinze minutos necessários, nunca é menor que um dia sem
beber, comentou o rapaz com ele mesmo, ao perceber que a dona não lhe repudiou
até o momento pelo pedido do marido e cada minuto que a bebida não faz o uso da
senhora é uma vitória para o senário de antes, a confluência entre os moveis e
o silêncio na sala apesar da saliência dos cães estatuas ao lado do sofá preto.
— O
quê que vão comer?
Perguntou a esposa depois do chá servido
pelo marido com alguma limitação de sempre, mais ainda, depois de ter
contribuído de que maneira para a sua pré-reforma. Observou com vontade o jovem
para esposa denunciando a fome em olhares vazios e a senhora respondendo em
silêncio e desprezo.
— Não vai nos dar aquelas carnes de galinha
que há mais de um ano anda a cozinha-lo em repetidas vezes?
— Não,
não, quando se tem a visita devemos ser nós as visitas e quem vem deve sentir
como os donos da casa, só assim o pleno a vontade se faz presença para quem vem
a nossa casa, sentir igual a nós na forma de se sentir bem e muito bem
tratados. Hoje não vamos ter aquela carne de galinha. Sabes que de alguma forma
aprendi a poupar com os amigos que morava no andar de cima? Para poupar e
enviar o dinheiro para a terra deles fazem de tudo para esticar o dinheiro.
Há
quase um ano que a esposa filo não fazia as compras para casa. Cozinhava um refogado
e colocava duas pernas de galinha acompanhado de batatas e depois, só para dar
gosto de carne logo apos a cozedura da batata e tempero dar o sabor ao caldo,
ela colhia a carne e as guardava e, noutro dia repetia a mesma ação, aquela
ação desgostou muito o marido que encontrava motivos naquela ação para não
visitar esposa em outras ocasiões. Se a forma de cozinhar fosse somente no fogão
a gás que há muito lhe tinha sido oferecido pela filha da Fecunda que é
afilhada da filo antes de ter ido morar para a cidade, muita confusão teria
evitado, entre os quais o roubo de lenha que é proibido pelos guardas florestais.
Durante algum tempo a esposa ganhou o vício de acariciar as suas sobrancelhas
depois de ter saído pela segunda vez da cadeia com a ajuda do marido e
solicitado pelos guardas das matas municipais, ela insistia em desobedecer o
que aparentemente deveria ser cumprido e acatado. Aquela ação melindrou o
marido e teve quase um ano sem chegar a casa e permaneceu por quase um ano na
cidade, isolado, triste, perdido por não ter por onde apoiar as suas faltas e
mágoa de cinco anos atrás que o filho ainda morava com ele na cidade e
frequentava a universidade e lhe dizia que cursava o Krioles para trabalhar com
os turistas que virá de guiné e dos fundos da ilha de santiago, um desejo
partilhado pelos dois, um por ser o sonho de se formar e o outro por ser um
sonho não realizado e por nunca encontrado apoio nos seus pais para ir mais
além nos estudos, era um orgulho para ele ver o filho se esforçar nos estudos
do krioles e só chegava de madrugada depois de os galos bastar do sono e chantagem
gratuitas as cantigas.
É isso
mesmo filho, vou trabalhar com todas as forças para te ver formado em krioles,
deus quererá que ás de ser o primeiro kriolifero na família, dizia quando o
filho chegava de madrugada. Seis meses depois foi encontrado morto numa das
ribanceiras da cidade depois de ter sofrido assalto e estupro. Estava feliz e
morto, depois de o pai ter-lhe fechado os olhos veio-lhe a tristeza e, nos pais
a desgraça de ter que enterrar o filho e de pugna forma o lugar onde havia o
repositório dos sonhos deles e ele a esperança deles destruídos. Um ano depois
de o marido voltar num final de semana para casa, recuperou a felicidade. A
esposa deu à luz e tudo lhe ficou um pouco mais claro e nada evidente.
Recuperou
a vontade de voltar a viver depois da morte do filho, depois de saber que não
encontraram os culpados pela morte do filho e através dos amigos ouviu e
aceitou a sugestão de que melhor é aceitar e ir para a frente com a vida como
se perda fosse coisa para perdurar para trás das costa e ficamos a empurrar a
barriga para frente e, ela a nos empuxar sem saber que ela esta presente a
olhar os outros atrás de nós e nem sabemos o que eles dizem, a perda atrai
certas coisas como olhares e julgamentos cadavéricos, pelos menos por algum
tempo depois fica a conjuntura de que se servimos bem aos outros sentiremos
alguma felicidade, isso doí e vibra no pensamento e na lembrança.
Sentados
à mesa, almoço servido. Três bocas que mexem, seis braços que a movimentar
entre se à procura de algo na mesa para a satisfação do estômago, um homem oficializado
de nome esposo e uma mulher também de esposa e uma visita trazida pelo marido
desconhecido da mulher que por pedido do cônjuge tem prestado um bom papel, não
fala mal do incógnito à mesa, não conta os últimos últimas acontecimentos aos vizinhos
e há mais de três horas que não bebe para não lembrar da falta do marido e da
morte do filho, o motivo de rizo sem motivo era a filha novinha que já tinha
completado dois anos e cada vez mais se afastava nas parecenças físicas aos
seus pais. O marido é um homem bem apeçonhado e a mulher é bem gordinha, e
veste umas saias largas de brecha até o pé com flores expressivas, se a parte
de baixo do corpo rivaliza com uma boia, a parte de cima contrastava com a de que
foi desenhada a lápis de um arquiteto bem premiado, sexy cobrida por blusa
feita a mão com fazendas coloridas vendidas pelos ambulantes negrinhos que lhe
passavam na porta e outros que moravam a renda na sua casa.
-A
criancinha é negrinha retinta hein. Comentou a visita para com o marido que
começou a dar mais atenção a criança. Fonte da sua satisfação e caminho para a
construção dos novos sonhos.
— Esposa,
já pensou a quem da sua família nossa filhinha possa ter essa proeminência.
— Porquê
isso agora?
— Ela
é uma pretinha retinta, e não me lembro de ter família retinta assim, mulatos
sim, mas, tão pretinhas assim? Talvez é a parte da minha família, respondeu à
mulher lhe dando costa levando restantes louças para a cozinha. Preocupação
começou a tomar conta do marido, antes pacifico.
— Num
ano que tive na cidade da praia só te usei uma vez, achas que é o suficiente,
olha o meu estado hoje?
— Foi
suficiente para essa pretinha retinta aparecer cá em casa, depois de nove
messes de sufoco sem ti. Não é que estas tão mal, esse carinho também ti faz aparecer
um pouco atraente. A menina passou por alguns tumultos derivado dos meus
desvairos, por ter tomado muito, por ter tentado tira-la muitas vezes, vê la se
não foi por ter tentado resistir e lutar tanto, tanto como uma escrava que veio
negra retinta?
— Não
ti, comesses com essas merdas. Respondeu o marido, e a mulher viu-lhe com
aponta dos olhos sorriu sem mostra a mínima preocupação.
O
homem foi para a sala rolando ambas as rodas do seu carinho sem motor, em
silêncio junto à visita. As três horas tarde encontrou-lhe a fugir de um grupo
de homens, entrou pela porta adentro da viatura e sentou a seu lado e escondeu
a cara até o grupo dos homens ter partido com catanas na mão. Prometeu lhe
acolher fora da cidade, até decidir dar melhor sentido à sua vida de
aparentemente delinquente.
—
Vais deitar aqui na sala a partir de hoje e tens dois meses para te organizar e
ir embora, não ti, conheço, mas tens idade do meu filho na foto. Aceitas a
minha proposta de alojamento provisório?
O
rapaz ficou calado, se levantou e foi até a janela e observou pessoas a vê-lo
ao longe. Ficou-lhe a ideia de terem envido para pega-lo. Por não ter a outra
forma de escapar aceitou a guarida do marido, ainda insistindo na observação da
foto que acabara de saber que é filho falecido do casal, o filho assassinado
que estava feliz morto.
-Conheces
o meu filho?
Ainda
calado permaneceu ele. O marido chamou pela mulher que se encontrava no quintal
a terminar de arrumar e lavar a louça.
-Filo
venha cá, ainda não terminamos. Já vou. respondeu a filo.
Se esforçou
e levantou do carinho, segurou na atril com uma mão e, retirou dois papeis do
pequeno cofre e, lembrou que é assim que o homem um dia acaba e, tudo lhe fica
em cima por resolver e esclarecer, e por não poder deixar-se para traz ou então,
aceita-se a desgraça e a espera da morte para tomar conta da carcaça que nos
cobre o espirito. Provavelmente a esposa lhe meteu uns chifres bem profundo. Dos
dezassetes aos vinte e cinco anos, foi para a prisão devido aos sucessivos
furtos a mando do Kandinga Biaba.
depois de ter sido guarda privado e botar a mão ao veiculo do patrão que se
encontrava ausente naquela altura, na calada da noite foi para parodia do final
de ano fora da cidade na cidade no bairro de matinho, na volta a viatura saiu
de estrada e ele perdeu o controlo do caro e da sua própria cabeça depois de
umas gatas por pedra e tecido fino bem cheirado la pelas bandas de matinho,
viatura caiu ao mar e três pessoas que seguiam com ele perderam a vida e até
hoje não apareceram, só ele se salvou depois de ter nadado até a pedra mais próxima.
Foi lhe obrigado a pagar por dês anos de trabalho de graça e, ainda ficou três mil
contos por pagar, por ultimo, depois dos cinquenta anos foi virar lavador de
carros na cidade, por falta de movimentos e abundancia de viaturas mudou para
cidade grande onde se podia fazer grandes quantias. Enquanto estava a pagar
pela viatura derrubada ao mar, nunca faltou nada em casa e foi o tempo que o
filho morto chegou ao mundo, tempo de orgulho de razão para trabalhar e se livrar
da divida e de repente o patrão lhe libertou da divida para tomar conta da sua família.
Espantado e sem compreender até hoje aquela atitude tão nobre.
Esposa
chegou a sala como sempre apinhada de banha por baixo e apinhada de beleza por
cima, todo contraste lhe prendia no corpo como se diabete e anemia lhe fosse a
parte gorda e magra, quando era casada com o primeiro marido a parte de cima
era bem gordinha, com o Mário pota tudo virou ao contrario a parte de cima embonecou
e a parte de baixo se tornou repositório contra magriça.
-Sim
o que queres saber.
-Não
estou magoado e nem chateado, entendo que uma mulher tão nova como você pode
sentir faltas, na minha ausência pode não aguentar e, fazer coisas que nem
quero imaginar, mas me diga o que realmente quero saber, eu não encontro nada
de retinta nas mulheres da minha família, a menina não tem nada de nós.
-Queres
mesmo saber?
-Seja
como for eu lhe perdoarei e ficaremos tudo bem.
- Na
ultima vez que me usaste eu já estava gravida do Guarda Florestal, foi quando
ele me prendeu no mato. Ele me disse palavras doces e difíceis de esquecer e me
cai, cai mal e tu agora sentiste a minha queda e a prova da fraqueza, na
primeira tentativa eu não queria, ele me penetrou, na segunda foi forte, bom e
bem profundo, tão profundo que varreu algumas saudades de alguém que vivia fora
de casa e que gosto, ele penetrou fundo por momentos ti esqueci, por momentos
deixei me aprofundar até a composição de algo novo, semente, e sincero dentro
de mim. Ele é um homem afortunado, pretinho retinto que se deu a sorte de mudar
de vendedor ambulante para guarda de espinhos nos matos de moirão, como dizes. Ele
me disse que eu não sou louca. Que são os meus lábios o lugar da loucura, é de
lá que sai a loucura do mundo, da mulher, lades, é la que o céu se beija a
terra e verde as vezes é secura entre o corpo e, os nossos corpos são meros
feras em aceitação de se satisfazer em pleno aranhões, cozedura de outra forma
de vida. Cozemos uma nova vida a minha pretinha retinta.
-
filo você me traiu? Disse o Mário pota, prostrado no carinho sem poder fazer
nada, a não ser sentir raiva e lembrar outros tempos que poderia resolver de
uma outra forma. Acalmou-se, com calma agarrou no corrimão do carrinho com
força como se tivesse transferido toda a sua raiva para as rodas e travão do
carinho e, ele poderia fazer justiça por ele.
-então
é a hora de fazer revelações? Eu matei o seu primeiro marido Kandinga Biaba e
fiquei contigo e com os roubos que fazíamos. A mulher se levantou do sofá e
olhou na cara da visita e virou o marido prostrado com toda a força e com muita
frieza lhe disse.
-Os
dois não serviam para nada. Até o nosso filho que morreu foi não era seu, o pai
dele é o dono da casa onde tu guardavas e lhe afundaste aquele carro de marca
italiana. Todas as vezes que ia lhe levar jantar dava umas fugidas e me trepava
com ele e depois la em cima víamos como era bom um corno tomar frio e se
acreditando que valia a pena viver construindo uma família.
Mário
pota, destravou o carinho impotente perante a mulher que esta a sua frente, sem
chorar, e sem lamentar, a vida lhe tirou aquele direito de se sentir obrigado a
achar e a se lamentar. Roubara, matar, provocou dor e dores nas pessoas e já
sabe não as ter por perto, tudo foi suficiente para perder o direito a magoa e ressentimentos.
-Filo
de tudo o que me diz, o que dói mesmo como se fosse a perda do meu filho,
alias, nem sei mais o que ele é… foi mesmo o corno, isso me dói, mais porque
agora nem posso sentir os feitos deste ato.
-Pelo
menos ele lhe pagou por tempo que me fazia de teúda e manteúda.
-Como
assim.
- Os
três mil contos restantes da viatura afundada que ficaste por pagar. Ele perdoou.
Falaram
e discutiram por muito tempo e a vista em silencio a ouvir e juntar peças da discussão
até que ele interrompeu com a palavra.
- Krioles
- O
marido respondeu. Disseste krioles?
Sim o
krioles é o nome do lugar onde o teu filho e eu fazíamos o programa de prostituição
até ter roubado o dono do lugar alguma quantidade dinheiro, eramos amantes e
iriamos casar, só que descobriram, me perseguiram até que me lembrei de te para
saber se não tinhas o dinheiro para entrega-los, pelos vistos não tens. Mas a
minha chegada até o senhor não é a mera coincidência eu já sabia que eras o pai
dele e ele muitas vezes me falou do orgulho que sentia dele por pensar eu estava
a estudar na universidade e a aprender língua. Nós os três perdemos ele.
Sentiram
a perda e o engano lhes a atravessar a boca e a parede da casa, o silencio
voltou ao interior da casa e os cães voltaram a ser meros espetador silenciosos
e a vista a continuar a curtir a sua dor e perda diante da foto do seu amado. A
mulher chorava e deitava no chão depois de saber da história da morte do filho.
Ninguém na sala lhe consolava, um a curtir a sua perda e o outro a curtir a inexistência
que sempre vivera. Pouco depois o marido chamou pela esposa e lhe disse.
-Filo
depois do choro eu quero a separação. Filo retomou o choro e ele insistiu que
não precisava chorar que não tinha hipótese de ele continuar naquela situação. Então
a filo lhe respondeu.
Não chora
por ti, nem de nada que se assemelha a isso. Choro por meu filho que foi morto pelo
seu próprio pai ou já esqueceste que é ele o dono do bordeis na cidade?
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