Representar Cabo Verde nos jogos de África é o sonho de Batman, campeão nacional de lançamento de pesos e vice-campeão na corrida dos cem metros. A NAÇÃO foi conhecer o herói da cidade de Mangui, no Tarrafal (interior da Santiago), fora da pista de atletismo. Além de atleta, Batman é um “herói diário”, do Corpo de Intervenção, corporação de que faz parte.
O gosto pelos heróis dos filmes fez Samir Gomes da Silva, ganhar do pai a alcunha de Batman. “São poucas as pessoas, senão as mais íntimas, que sabem o meu nome de baptismo. Eu e o meu irmão Hulk, quando crianças, éramos muito travessos, fazíamos mil por uma linha”, explica o atleta de Mangui.
Com o tempo, Batman cresceu, tornando-se num adulto ajuizado e amante dos jogos olímpicos. Detém o título de vice-campeão nacional em lançamento de peso, em 2009/10, e, em 2011, revalidou os títulos de campeão em cem metros (com 11 segundos), campeão regional e nacional em lançamento, salto em comprimento 5,24 metros. “Sou um rapazinho do Tarrafal, gosto do desporto, faço atletismo mas, dentro da modalidade, faço lançamento de peso que, infelizmente, é pouco praticado a nível nacional”.
Pesquisas na internet, vídeos ou transmissões de jogos olímpicos têm sido, conforme Batman, o seu “treinador”. “Não tenho acompanhamento nem orientações de nenhum técnico especializado. Mesmo assim, através da auto-observação, tento melhorar o desempenho a cada dia que passa”. Tal desafio não é porém fácil. “A maior dificuldade”, confessa, “é corrigir erros sem ter uma orientação; mesmo assim, procuro melhorar o máximo a fim de poder defender o título”.
MAIS APOIOS
Defender os bons dos maus é a tarefa principal dos heróis, e nisso Batman não é excepção. “Em princípio, na minha profissão, considero-me, todos os dias, um herói. Sou agente do Corpo de Intervenção há doze anos, tenho o respeito e o carinho dos meus superiores, dos colegas e de todos que me conhecem e não só”, diz com orgulho.
Batman gostaria que o atletismo fosse mais apoiado e acarinhado, a começar pelo seu concelho natal, Tarrafal de Santiago. “No Tarrafal os jovens não têm tido a atenção que merecem, são os de fora a reconhecer o talento dos nossos atletas. A falta de apoio e incentivo acaba por esconder ou matar os jovens com talentos”, lamenta.
Um exemplo disso, é o caso recente de Figo, considerado o melhor futebolista da Taça Inter-Ilhas, natural daquele concelho de Santiago. “Neste momento, ele é um dos melhores jogadores do interior de Santiago e deu provas disso no Inter-Ilhas”, diz Batman, para remarcar que “Figo, como outros jovens, merece ser ajudado.
In " A Nacao"
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